Pesquisas com celulas humanas

    O primeiro passo de qualquer pesquisa e conseguir o material a ser estudado, e no caso de pesquisas em celulas humanas... Células humanas!
    Mas de onde vem as células que os cientistas usam?
Você pode achar que são de pessoas que doam seus corpos para a ciência, mas ficará surpreso quando descobrir de onde vem a linhagem de celulas mais usadas em pesquisas com esse tipo de material.
Por volta de 1951 cientistas americanos "encontraram" uma amostra incomum de celulas humanas, elas não morriam se mantidas em condições normais de laboratório, eram imortais e a batizaram de "HeLa".
    As células "HeLa" são chamadas de imortais por se dividirem num número ilimitado de vezes, desde que mantidas em condições ideais de laboratório. Atribui-se isso ao fato dessas células terem uma versão modificada da enzima Telomerase, implicada no processo de morte das células e no número de vezes que uma célula pode se dividir.
   A vacina contra a poliomielite e contra o vírus HPV, vários medicamentos para o tratamento de câncer, de aids e do mal de Parkinson, por exemplo, foram obtidos com a linhagem HeLa, para ser mais preciso graças a linhagem de celulas HeLa. Agora você sabia de onde vieram estas celulas?

Henrietta Lacks nasceu em 1920 e morreu de câncer do colo uterino em 1951.  Foi a doadora involuntária de uma cultura de células cancerosas, mais conhecidas como HeLa, muito utilizada em pesquisas médicas. 

    Seu nome de batismo era Loretta Pleasant, e ninguém sabe como se tornou Henrietta. Ela era descendente de escravos e nasceu em 1920, numa fazenda de tabaco no interior da Virgínia. Aos 21 anos, emigrou com o marido, David, seu primo em primeiro grau, para os subúrbios da região de Baltimore.
Aos trinta anos, mãe de cinco filhos, Henrietta descobriu que tinha câncer. Em poucos meses, um pequeno tumor no colo do útero se espalhou por seu corpo. Ela perdeu rapidamente o vigor, convertendo-se num “espécime miserável”, nas palavras impiedosas do prontuário médico do Hospital Johns Hopkins, onde se tratava e onde veio a falecer, em 1951.
No Johns Hopkins, uma amostra do colo do útero de Henrietta havia sido extraída sem o seu conhecimento, e fornecida à equipe de George Gey, chefe de pesquisa de cultura de tecidos naquela instituição. Gey demonstrou que as células cancerígenas desse tecido possuíam uma característica até então inédita: mesmo fora do corpo de Henrietta, multiplicavam-se num curto intervalo, tornando-se virtualmente imortais num meio de cultura adequado. Por causa disso, as células HeLa, batizadas com as iniciais da involuntária doadora, logo começaram a ser utilizadas nas mais variadas pesquisas em universidades e centros de tecnologia, nos Estados Unidos e no exterior.
O surgimento de uma bilionária indústria de medicamentos sintéticos e as fabulosas cifras atualmente envolvidas em pesquisa genética devem-se em grande medida à comercialização das células de Henrietta.

Sugestão para leitura:
"A VIDA IMORTAL DE HENRIETTA LACKS" - (Rebecca Skloot)

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